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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Escrever é imortalizar

Papel em branco, Mente vazia
E eu preciso escrever
E há tantas coisas a serem ditas
Mas como encontrar as palavras certas¿
Como saber a melhor forma de dizer o que quero
Queria poder viver para sempre
E a forma que escolhi pra ser eterno foi escrever
Então, me pus a procurar em meus pensamentos
É como se eu tivesse um baú, onde lá ficassem guardados todos os meus pensamentos
E eu fosse juntando um ao outro, formando algo novo
Escrevi sobre o que eu sentia
E outra pessoa ao ler se identificou
Porque busca o mesmo na vida
Ou porque um dia alguém também lhe tocou
De um verso a outro, tudo o que escrevi permaneceu
As palavras ditas, o que pensei um dia
Nasceu de mim, mas em mim não morreu
Me transformo em livro, me vejo escrito
Em um pedaço de caminho que seguirá vivo enquanto o sol nascer
Posso um dia ter morrido, mas o que ficou dito
Não depende mais de mim para eternamente viver


 
(Texto produzido para o programa Unisc TV Arte)
 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ler ou não ler? Eis a questão!

Ler ou não ler? Eis a questão!
Será mais nobre eu morrer tendo estudado a vida inteira
Ou viver compartilhando o pouco que sei?
Será válido eu tentar congelar as horas
Lutando contra as marcas do tempo
Ou me preocupar em acrescentar conhecimento
Ao meu ser que instiga constantemente
Por algo a mais
E ele sempre quer mais
Ler dará asas ao meu pensamento
Ler me levará pra lugares que eu não conheço
Me dará a sabedoria
Mas viajar me trará a experiência
E os outros seres, em meio a convivência
Irão despertar a minha curiosidade
Irão me questionar, me fazer pensar
E talvez até duvidar de minha existência
O que o livro pode me proporcionar?
O que o universo pode me mostrar?
Queria mais horas do dia para poder aproveitar de tudo que tenho direito
Ler, aprender, compartilhar, viver
Enfim, ter a certeza de que ao ler o que outro ser escreveu
Terei tempo para poder passar adiante
E não morrer levando tudo que sei
De nada valeria ler todos os livros do mundo
Se não pudesse contar ao mundo tudo o que sei
 
 
(Texto que fiz para o programa Unisc TV Arte deste mês)

domingo, 8 de agosto de 2010

Até onde a beleza é benefício?

Tenho uma amiga muito bonita, daquelas que não passam despercebidas nem pelos olhares masculinos, nem pelos femininos. Sim, porque a gente sabe que está realmente arrasando quando as outras mulheres te olham!! Porque na real, homens vão olhar pra ti até se tu for mais ou menos. Mas mulheres não. Mulher quando se sente ameaçada, encara!!! De cima a baixo! Não é à toa que dizem que mulher se arruma pra outras mulheres e não para os homens. Eu não discordaria!


Mas como eu me coloco no grupo das digamos "normais", sem muitos atributos favorecendo, eu tive que me aperfeiçoar na lábia. E sempre observei muito o comportamento das pessoas. E como diria a música "no meu cantinho, boto pra quebrar". Posso não conquistar o cara de primeira, mas me dá um mês que eu marco a minha passagem pela vida dele pra sempre! hahahaha


Já me senti muito incomodada com o meu visual. Mas acho que com o passar dos anos aprendi a valorizar aquilo que tenho de bom e a eliminar ou amenizar aquilo de que não gosto muito e que acho que não me valoriza. Me tornei uma pessoa vaidosa, gosto de me maquiar, de me arrumar, enfim, hoje me aceito assim e gosto de mim assim do jeitinho que eu sou! Finalmente emagreci o que eu achava suficiente pra me sentir bem comigo, com a balança e com o espelho. Fiz uma plástica nas orelhas.  E com outras coisinhas pequenas e simples, fui levantando minha auto-estima até o ponto certo.


Mas como comecei o texto falando dessa minha amiga bonita, digo o que realmente me indaga neste instante: eu que me considero "normal" estou noiva, com dois empregos, e ela, linda, um amor de pessoa, solteira e desempregada? Até onde a beleza tem seu benefício? Comecei a observar. No meu ponto de vista, as mulheres bonitas têm que estar sempre provando que não são apenas bonitas. As feias têm que sempre provar o que têm pra oferecer, já que nasceram só com o rascunho feito. Mas eu só vejo mulher bonita solteira. O que justificaria isso?


Quanto à parte do emprego, se mulheres bonitas tem mais facilidade em arranjar, não é o que eu estou querendo analisar hoje. A minha indagação se restringe ao lado emocional. Será que as feias são pra casar? Será porque tiveram que criar conteúdo extra pra conseguir conquistar as pessoas? Isso significaria que as bonitas seriam consideradas apenas pra se divertir e as feias pra ter relacionamentos mais sérios? Será que incomoda ter uma namorada bonita e ter que ficar cuidando a todo momento pra nenhum outro homem vir disputá-la e tu não ter dor de cabeça? Será que os homens se sentem ameaçados quando namoram uma mulher muito bonita tendo que provar para os amigos como conseguem namorar ela?


Já namorei homem bonito e digo: foi um caos na minha vida. Eu, como parte do clube das "normais" tinha que escutar comentários como: "mas como é que ele tá com ela? o que ele viu nela? como ela consegue segurá-lo? será que ela é boa de cama? ah, com certeza ele namora com ela, mas deve chifrá-la muito". Aff, sim, muitos comentários bem mais maldosos que estes eu aguentei! Mas o que me confortava e me deixava segura é que ele estava ali sempre do meu lado e me provava com atitudes que estava comigo porque realmente era de mim que ele gostava. Se isso era verdade ou não, eu acreditei! E hoje, olhando pra trás,  ainda acredito que tenha sido verdade. Mas digo: namorar homem muito bonito, nunca mais! Confesso que a insegurança sempre me rondava por mais confiança que eu tivesse nele. Até porque nem minhas melhores amigas conseguiam segurar os elogios a ele. Eu sabia que qualquer deslize, bye-bye, a fila anda meu bem!


E essa minha amiga bonita tem muitos homens atrás dela. Mas nenhum se mantém. Eu sempre digo pra ela: "tu tem muitos voando e nenhum na mão". E acho que ela tenta entender a mesma coisa que eu estou me indagando agora. Mas confesso, não tenho respostas! Não consigo entender o que justifica essa condição das mulheres bonitas. Eu só sei que eu prefiro não ficar na responsa de ter que provar algo pra ninguém. Acho que só fiz todas essas mudanças em mim, porque queria provar pra mim mesma que eu conseguiria cumpri-las. E realmente não sei até onde ser mais bonita me traria algum benefício. Prefiro impressionar pelo conteúdo do que pela embalagem! Afinal, o embrulho vai pro lixo mesmo e no nosso caso vai pra baixo da terra. Agora o que eu deixei aqui de conhecimento e de contribuição intelectual mesmo, vai permanecer aqui pelo menos enquanto meus filhos (que ainda não tenho) e amigos viverem e transmitirem o que aprenderam comigo!