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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vida dividida

Já me definiram em uma entrevista que eu era "uma comunicadora com um pé na música, ou uma cantora com alma de comunicadora". Enfim, nem eu sei me definir por completo. Mas este ano decidi ficar só com a música e largar da Comunicação Social. Uma experiência que eu desejava há anos, mas nunca tive coragem de largar por inteiro nenhuma das duas.


Pra falar a verdade, acho que eu devia isso à música. Eu sempre disse que não fui eu quem a escolhi. Foi a música que me escolheu. E tudo foi me levando pra ela. E agora que eu me entreguei por completo vi o quanto as coisas podem fluir.


Acho que de tanto as pessoas falarem pra gente que música não dá dinheiro, que música não enche a barriga, eu acabei não acreditando mais nela. E pior, acabei não acreditando mais em mim. Hoje vejo que consigo viver numa boa dando aulas de música e cantando e tocando em bares e eventos. Não tenho luxo algum, mas não devo nada a ninguém e tenho comida sempre na mesa.


Sim, confesso: sinto falta do povo louco da comunicação. Sinto falta das novidades, do dia a dia da comunicação. Sempre havia uma coisa nova, uma pessoa nova... conheci muita gente trabalhando e estudando nesta área. Foram-se quase 10 anos. Mas confesso que sair da Unisc me possibilitou fazer muitas coisas que há tempo eu já queria, mas a falta de tempo não me permitia.


Sair da Unisc simbolizou uma mudança de "estudante" pra "trabalhadora". E isso foi acontecendo em conjunto de uma série de coisas que me amadureceram aos poucos. Virei dona de casa. Voltei a dançar. Foi uma mudança bem radical, na verdade.


Não digo que nunca voltarei pra comunicação. Não posso também dizer que os anos na faculdade não serviram pra nada. Uso comunicação todos os dias da minha vida. Sou professora de música, estou sempre nos palcos e com certeza me utilizo muito de tudo que aprendi em minha formação acadêmica. Mas sinceramente, não me vejo mais dentro do curso. E olha que eu sabia lá no fundo que se um dia saísse, talvez não iria querer voltar.


É difícil parar, mas quando se pára de estudar, é muito difícil querer voltar. Quem sabe um dia eu volte e termine minha segunda graduação (faltavam apenas 6 disciplinas para me formar novamente). Não é apenas preguiça, mas a música e a dança estão me proporcionando momentos que sempre quis passar. Acho que na verdade eu que nunca me permiti sentir e viver isso.


Por isso, sempre digo: SE TU TENS VONTADE, O RESTO É BOBAGEM. Se você realmente gosta muito de algo, você vai e faz. A gente tem mania de ficar inventando desculpa pra não ser feliz. Nunca é tarde pra recomeçar. É preciso coragem, mas quando você quer, você arranja tempo, você arranja força e faz acontecer!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Entre dúvidas e certezas

A gente passa a vida toda tentando se descobrir e a cada dia que passa entendo que menos sei de mim, nem da vida. Olho pra trás e por vezes me orgulho até onde cheguei. Quando olho pra frente vejo o quanto quero e preciso caminhar. O quanto ainda desejo conquistar para morrer feliz e em paz.


Tenho dias e dias. Num dia sou a pessoa que quero ser, tenho a pessoa que quero ao meu lado. No outro já não sei o que quero. Num dia tenho a certeza em mãos; no outro, as dúvidas tomam conta de mim por completo.


Sinto que em dias que mal tenho tempo de respirar de tantas coisas a serem feitas, penso menos e vivo mais. Mas quando percebo que perdi parte da minha vida fazendo algo que não gosto, a vontade é de fugir e começar tudo do zero.


Tenho dias em que me encho de coragem pra mudar. Aí vem o medo e leva todos meus planos lá para o fundo do pensamento. Do mesmo lugar de onde eles vêm e vão todas as vezes em que trago eles à tona.


Tenho momentos em que acho que minhas escolhas me trouxeram para esse caminho. Mas às vezes acredito que foi por acaso. Penso mais um pouco e começo a acreditar que tudo já estava escrito pra mim.


Em algumas situações sinto que sou alguém especial, único. Quando olho para o lado vejo que todo mundo é igual. Sentem amor, sentem dor, alegria, saudade, sentem a mesma coragem que sinto e sonhem com quase as mesmas coisas. Só a carcaça é diferente. E provavelmente possuem as mesmas dúvidas descritas aqui.


Ora nos identificamos, ora nos sentimos completamente diferentes. Mas em se tratando de coração e imaginação, tememos e acreditamos, sofremos e sorrimos da mesma forma.


Pena que a gente pena que é só um e age como se fosse um.
Aceito meus momentos de tristeza, porque tenho certeza de que vão passar.
Curto ao máximo meus momentos de alegria, porque sei que não vão durar.
Sou feita de momentos e sei que cada um tem o seu porquê.






- Parei de pensar, vou ali viver mais um pouco.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A melhor lei é a do bom senso!

Não é uma questão de lei, você não vai ser preso se derramar leite no corredor do prédio e não limpar. Também não é uma questão de poder ou não, ninguém é minha mãe pra dizer se eu posso ou não acordar todos os vizinhos com o som bumbando dentro de casa.
É simplesmente questão de bom senso. E isso, meu filho, ou tu nasce com ou vai morrer sem.

É incrível como tem gente que não tem bom senso e não se dá por conta do quanto isso interfere na vida dos outros. Eu não sei se isso é o fator da criação do sujeito, se isso é o produto do meio em que você vive, eu realmente não sou psicóloga pra saber a causa disso. Mas a consequência desses atos de pura falta de consideração eu sei bem.

Eu canso de ver gente furando a fila em tudo que é lugar. E na maior cara de pau, sem vergonha alguma. Eu, às vezes, se vejo que a coisa foi muito mal intencionada, chego e falo. Mas tem vezes que eu penso que não vai adiantar. Ninguém muda ninguém. Pra que eu vou ficar perdendo meu tempo e energia com alguém que simplesmente não quer saber dos outros? Quem sou eu pra fazer a pessoa perceber isso? Mas tem horas que eu penso que se todo mundo agir dessa forma, essa pessoa nunca vai saber o lugar dela. E sempre vai achar que o mundo gira em torno dela.

Parar o seu carro no meio da rua, atrapalhando todo o trânsito, pra xingar um único motorista que fez algo de errado com você? Caraca, ninguém teve culpa, simplesmente buzina, manda ele ããã.... e vai embora.

Som alto em um apartamento à meia-noite de um dia da semana, pra quê? Porque não coloca fone de ouvido se não está ouvindo bem? Porque todos os moradores do prédio precisam ouvir a mesma música que a sua? Eles não são surdos. Mas você se não está agora, tem grandes chances de ficar. Ok, se quiser extravasar, faça isso de tarde, não à meia-noite.

Você recebe troco a mais e fica naquele impasse se devolve ou não? Devolve. E se você tivesse do outro lado e tivesse que tirar do seu bolso pra fechar o caixa no final do dia?
Não é querer ser a boa samaritana. Mas eu simplesmente não faço isso. Não faço porque não gostaria que ninguém fizesse isso comigo. Não foi porque alguém me disse "não faz". Eu sei que não é pra fazer e ponto.

É aquela velha história que mamãe já dizia: não faça para os outros o que não quer que façam pra você. Porque essa é a lei do bom senso. Se todos trabalhassem isso no seu dia a dia eu garanto que as coisas iriam começar a mudar. Aos poucos, eu sei. Mas se pensarmos que pouco é nada, nunca sairemos dessa mesmice de reclamar que o mundo não tem jeito e eu vou morrer e vai continuar assim. Quando você se coloca no lugar do outro, sempre saberá como agir certo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Vingança positiva!

Depois da tragédia da semana passada na escola do Rio de Janeiro, não se fala em outra coisa nos noticiários e programas de TV. Já abordaram de todas as maneiras o mesmo tema, tentando decifrar o motivo que levou Wellington Menezes de Oliveira a cometer tamanha atrocidade. A maioria dos entrevistados que conheciam o atirador disseram que ele era uma pessoa mais retraída, fechada, não falava com ninguém e era excluído pelos colegas e outras pessoas que conviviam com o próprio. Algumas reportagens questionaram inclusive se ele não tinha sofrido bullying e estaria se vingando da escola onde havia estudado.


Comecei a refletir sobre minha adolescência e tudo que vivi no colégio. Sempre fui mais quietinha, na minha, sempre me senti isolada na escola, tinha uma auto-estima muito baixa, e não me aceitava do jeito que eu era. Fui alvo de piadas sim, me sentia diferente, e não tenho mais nenhuma vergonha em falar sobre isso. Quem dera eu ter a cabeça de hoje e viver tudo outra vez. Talvez teria sido diferente, talvez não.


Chorei muitas vezes sozinha, no meu quarto, tentava mudar, mas minha desconfiança e insegurança eram mais fortes. No entanto, em hipótese alguma, nunca tentei me vingar de ninguém. Pelo contrário, sempre quis o bem das pessoas e hoje em dia, quando reencontro pessoas que me magoaram ou zoaram de mim, cumprimento com sorriso no rosto, sem rancor algum.


As razões que levaram o atirador a fazer o que fez, nunca serão descobertas, por mais que se esforçem. Mas caso tenha sido rancores de situações passadas na escola, nada justifica tal atitude. Sofri, chorei, mas hoje estou aqui muito mais forte do que aqueles que um dia duvidaram da minha coragem. Tentei buscar o que havia de melhor em mim durante todos esses anos. Tentei transmistir só coisas positivas e acabei atraindo pessoas e coisas boas pra perto de mim. Mudei o que achava de errado. Mudei minhas companhias. Troquei de namorado. Apostei em mim. Acreditei que se eu gostasse do que sou, outras pessoas poderiam gostar também. Aprendi que se não gostassem, tinham direito a essa opinião e isso não mudaria minha vida. Eu quero quem me quer. E quero só o que me faz bem.


Você atrai o que transmite. É uma pena que o atirador não soube canalizar bem suas energias. Levou almas tão inocentes, com toda uma vida pela frente e que não mereciam um final assim tão trágico e tão cedo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O "Nós"

Nossa, estou em falta com este blog né?! Sim, culpa das férias. E da preguiça, concordo! Mas hoje vim aqui registrar uma coisa que tenho observado já faz algum tempo. Quando a gente possui um trabalho que está muito ligado a uma outra pessoa é como se realmente a gente fosse um casal. No meu caso, sim, é um casal. Mas mesmo se não fosse, as pessoas quando falassem comigo iriam continuar perguntando: "E vocês, fazendo muito show? Um abração pra vcs! Sucesso pra vcs!". Não tem como desligar a imagem das 2 pessoas senão quando estão juntas. É como dizer que o Lucas Lima casou com a Sandy e Jr. Praticamente igual.

É difícil separar o "nós" do "eu" em certos casos. Eu sempre achei que as pessoas mais me conheciam do que conheciam a dupla, mas de uns tempos pra cá, estou me sentindo muito Lívia e Dilson. Tá bom, um pouco mais Lívia do que Dilson, confesso. E assim como as pessoas tem a imagem da dupla, eu também a tenho. Hoje posso dizer que tanto eu quanto ele conseguimos separar o casal do trabalho, mas foi um processo um tanto quanto demorado. E há momentos que a gente sabe que nunca vamos poder separar isso. Uma coisa está ligada a outra. E o nosso corpo e cabeça são os mesmos. Se eu brigar com ele por causa de algo da dupla, quando chegar em casa ainda estaremos brigados. Mudar o corpo de lugar não mudará em nada.

Imagino que existam tantos outros casais que passam pela mesma situação. O bom é que nós temos muita afinidade e dificilmente brigamos. Em 4 anos e meio dá para contar nos dedos quantas brigas se passaram. E no palco nunca ouve nada de brigas. E sim, é maravilhoso trabalhar com quem se ama. De verdade. Eu sempre gostei de trabalhar com pessoas que eu admiro e ele sabe, sou a maior fã do guitarrista Dilson Trindade. Porque estamos juntos lutando por algo que os dois gostam e acreditam. É como se fosse nossa religião. E o pecado seria se não valorizássemos o que sabemos fazer de melhor.

Tenho certeza de que todo músico sonha em ter alguém que o apóie e vibre com suas pequenas conquistas. Aguente os finais de semana longe, aguente as "marias-palquinho", aguente toda a parte não-glaumurosa de um artista. Ele além de trabalhar comigo tem outras 2 bandas. Então, eu também acabo vivendo o outro lado, o de ser mulher de um músico e ter que me conformar com suas ausências. E quando estas acontecem, minhas amigas adoram aproveitar as datas de "solteirices" para sairmos e colocar os papos em dia - saídas permitidas pelo noivo, é claro.

E além de dividirmos o palco, ainda damos aulas na mesma escola de música. Portanto, praticamente 24 horas juntos. Amor por si só não bastaria. Tem que se ter afinidades, já diria minha mãe. E a música que nos uniu ainda trará muitas alegrias, tenho certeza. E o amor só nos completará ainda mais.

Memórias de uma cantora, mulher de um músico, apaixonada e feliz.

sábado, 8 de janeiro de 2011

2010 foi realmente 10

Eu só tenho coisas a agradecer este ano que passou. Porque dá pra contar nos dedos as coisas ruins que aconteceram, mas as coisas boas, merece uma postagem especial aqui.


Acho que o momento mais marcante, com certeza, foi o meu show autoral no Espaço Camarim. Não tenho palavras pra descrever o que senti, o frio na barriga que passei, a voz secando a todo instante por causa do nervosismo, mas a certeza de que eu estava fazendo aquilo com todo meu coração. Foram 3 meses ensaiando com a banda e tudo foi dando certo, na hora certa mesmo. Tanto que eu sempre fui deixando, dizendo que não tinha tempo, e cá estou eu gravando meu primeiro disco solo que está em andamento.
Ouvir dos meninos da minha banda que aquele show também tinha sido uma das melhores coisas que havia acontecido com eles, foi uma honra. Ver as pessoas ali sentadas, ouvindo músicas que eu compus no meu quarto, em momentos de puro e intenso sentimento, foi realmente demais!!!
E ainda teve direito a um bis na Feira do Livro de Santa Cruz do Sul. ;)


Outro momento marcante? Minha entrada na Academia de Música Evidências, como professora de teclado. Sempre quis uma oportunidade deste tipo e acho que realmente está dando certo e tem futuro!!!


Ah, teve também a minha viagem pro Rio de Janeiro e a tão sonhada visita ao PROJAC. Conhecer todo aquele complexo foi uma coisa muito impressionante mesmo! É muito planejamento, tá louco!!!
Teve também o prêmio de 1º lugar no Expocom Nacional, com o programa de TV Cozinhas do Mundo. Um dos melhores trabalhos que pude participar na Unisc. E que tive a honra de representar o grupo no congresso e trazer esse troféu pra casa!!!
Mas este ano de 2010 foi marcado por muito muito muito trabalho mesmo. Principalmente enquanto eu ainda estava na Unisc TV. Mesmo com o estágio, assumi a Evidências paralelamente e ainda continuei tocando com a dupla e com a banda. Foi muito puxado e por isso acabei por desistir do meu estágio que ainda poderia durar até mais um ano. Mas como tudo na vida é passageiro, acho que foi uma boa escolha, mas confesso sim, sinto muita falta. Dos colegas, dos amigos que fiz lá, de uma câmera na mão e o tempo correndo e o deadline chegando. Foi uma experiência muito boa, muito válida, que vou levar pra sempre comigo, com certeza.


Acho que as duas "perdas" que tive marcantes neste ano, foi a morte da minha amiga Mara e tão conturbada viagem da minha amiga Paty Spall para os EUA. Sobre a Mara eu inclusive postei um texto na época aqui no blog, o "ALI no meu caminho". E sobre a Paty, mesmo sabendo que ela está bem vivinha e feliz lá nos EUA, sinto muita falta dessa pessoinha. Não pensei que fosse tão difícil ficar longe de alguém tão querido. A saudade dói pra valer, mas sei que ela está vivendo algo que muitas pessoas sonham e ela está lá, tendo esta oportunidade.


Um ano que teve as primeiras horas tão solitárias e turbulentas, eu só quis que terminasse em paz. Com pessoas que eu amo e que eu sei que vão estar sempre perto de mim. Família, amigos do peito mesmo, noivo, todos aqueles que eu considero especiais e que sei que é recíproco. Por isso Natal e o Reveillon passei fazendo o que eu gosto e com quem eu gosto!!!! ;)


Fora isso, todas as minhas promessas foram cumpridas em 2010!!! Só espero que 2011 seja tão bom quanto.... e que todos possam ter esses momentos únicos e com pessoas essenciais à sua vida!!!! É isso que eu desejo a todos vcs!!!!