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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ando sem tempo...

Ando meio sem tempo. Sem tempo pra ver o sol nascer. Sem tempo pra cuidar de mim. Pra fazer algo que eu realmente goste. Pra dormir. Pra dormir mais um pouco. Pra conversar com os amigos sem ter hora pra voltar pra casa. Sem tempo pra ler um livro. Pra sentar na frente de casa e ficar só olhando o movimento, observando as pessoas, os carros. Sem tempo pra comer sentindo o gosto da comida. Sem tempo pra ganhar aquele colo e ficar ali, pensando em nada. Ando sem tempo até pra pensar. Pensar na vida, em como eu poderia aproveitar melhor o tempo. Ando querendo um tempo.


Um tempo que eu pudesse usufruir o dinheiro que ganho trabalhando o dia inteiro. Tempo pra arrumar as coisas. Pra jogar algumas tralhas no lixo. Pra trazer outras tralhas novas que daqui há um tempo vou querer jogar fora de novo. Queria ter tempo pra visitar meus parentes. Pra rever amigos distantes. Tempo pra viajar. Tempo pra me permitir fazer o que eu desejo e não o que eu devo. Queria só aquele tempo. Aquele tempo que eu sei que não vai mais voltar. Mas queria aquele tempo que está logo ali pra eu poder resolver minhas pendências... ops, esse tempo já passou.


Queria um tempo pra fazer nada e ao mesmo tempo tudo. Tudo o que eu preciso fazer depende de mais tempo pra eu terminar de fazer. E bem que podia haver mais horas no dia. Mas eu sei que se tivesse, elas já estariam ocupadas. E quanto mais tempo se tem, mais coisas se arruma pra fazer. O tempo é relativo. O tempo é elástico. Porque eu sempre preciso de mais tempo. E ele nunca vai ser suficiente pra eu viver tudo que quero viver. Basta eu ver que não tinha tempo pra escrever nada no blog, e aqui estou eu, sem tempo pra terminar o texto do jeito que eu queria.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Comunicar

Não importa que língua você fale
De onde você vem ou para onde você vai
Não importa de que jeito você fala
Com sotaque ou sem
Se você é alemão, chinês, árabe, italiano, inglês, espanhol, francês, grego, brasileiro ou japonês
Não importa quais as palavras que você diga
Você pode ser compreendido em qualquer lugar do planeta
Até mesmo se você não consegue falar (libras)
Ou não consegue ver o que há escrito em sua frente (braile)
Os seus olhos, o seu sorriso, as suas mãos
O seu corpo fala mais que qualquer palavra
E a voz acaba servindo apenas como um canal
Que reafirma o que seu corpo quer transmitir
Basta você estar aberto para receber as mensagens que há ao seu redor
Falar, comunicar, expressar, dizer,
Você é a soma de tudo o que vê, lê, ouve e sente
E em outro lugar do mundo, pode haver alguém igual a você
Que pensa da mesma maneira, mas fala diferente
Mas é só uma forma diferente de dizer a mesma coisa
No fundo, todos só querem dizer o que sentem


Texto produzido para o programa Unisc TV Arte do qual faço parte: