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terça-feira, 12 de abril de 2011

Vingança positiva!

Depois da tragédia da semana passada na escola do Rio de Janeiro, não se fala em outra coisa nos noticiários e programas de TV. Já abordaram de todas as maneiras o mesmo tema, tentando decifrar o motivo que levou Wellington Menezes de Oliveira a cometer tamanha atrocidade. A maioria dos entrevistados que conheciam o atirador disseram que ele era uma pessoa mais retraída, fechada, não falava com ninguém e era excluído pelos colegas e outras pessoas que conviviam com o próprio. Algumas reportagens questionaram inclusive se ele não tinha sofrido bullying e estaria se vingando da escola onde havia estudado.


Comecei a refletir sobre minha adolescência e tudo que vivi no colégio. Sempre fui mais quietinha, na minha, sempre me senti isolada na escola, tinha uma auto-estima muito baixa, e não me aceitava do jeito que eu era. Fui alvo de piadas sim, me sentia diferente, e não tenho mais nenhuma vergonha em falar sobre isso. Quem dera eu ter a cabeça de hoje e viver tudo outra vez. Talvez teria sido diferente, talvez não.


Chorei muitas vezes sozinha, no meu quarto, tentava mudar, mas minha desconfiança e insegurança eram mais fortes. No entanto, em hipótese alguma, nunca tentei me vingar de ninguém. Pelo contrário, sempre quis o bem das pessoas e hoje em dia, quando reencontro pessoas que me magoaram ou zoaram de mim, cumprimento com sorriso no rosto, sem rancor algum.


As razões que levaram o atirador a fazer o que fez, nunca serão descobertas, por mais que se esforçem. Mas caso tenha sido rancores de situações passadas na escola, nada justifica tal atitude. Sofri, chorei, mas hoje estou aqui muito mais forte do que aqueles que um dia duvidaram da minha coragem. Tentei buscar o que havia de melhor em mim durante todos esses anos. Tentei transmistir só coisas positivas e acabei atraindo pessoas e coisas boas pra perto de mim. Mudei o que achava de errado. Mudei minhas companhias. Troquei de namorado. Apostei em mim. Acreditei que se eu gostasse do que sou, outras pessoas poderiam gostar também. Aprendi que se não gostassem, tinham direito a essa opinião e isso não mudaria minha vida. Eu quero quem me quer. E quero só o que me faz bem.


Você atrai o que transmite. É uma pena que o atirador não soube canalizar bem suas energias. Levou almas tão inocentes, com toda uma vida pela frente e que não mereciam um final assim tão trágico e tão cedo.