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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Professor aberto

Hoje na aula de teclado de uma aluna minha conversamos sobre os professores do ensino fundamental e médio serem muito parciais ao passarem seus conteúdos. Estávamos inclusive pensando em como iria ser daqui a alguns anos os nossos filhos e outras gerações estudando sobre a nossa atual situação do país e em como os livros tratariam o assunto.

Se os livros já podem ter lá a sua parcialidade ao transmitirem a história, imagina mais o professor "filtrando" a história como ele acha que ela deve ser contada. E o que mais me impressionou foi que ela comentou que se um aluno se opõe às ideias propostas pelo professor em sala de aula ou até via facebook, o professor discute e tenta convencer o aluno a pensar como ele. 

Não estou aqui querendo dizer que o professor não possa ter seus posicionamentos, mas perante uma sala de aula cheia de cabecinhas pensantes e cheias de ideias que podem vir a contribuir para uma evolução de pensamento, acho no mínimo pobre um professor não abrir espaço para novas formas de raciocínio. Pobre de conteúdo, de não querer aprender com seus próprios alunos.

Eu aprendo todos os dias com os meus. E isso que eu acho o mais mágico de ensinar. Cada um pensa de uma maneira diferente e reage a certos estímulos de diferentes formas. Cada um vivencia algo comigo que me faz pensar e repensar milhares de vezes as mesmas coisas que eu ensino há anos. E isso é enriquecedor! Com isso sim me sinto realizada profissionalmente. 

Me dói pensar que um professor possa "podar" os alunos em sala de aula. Fazer com que pensem a sua maneira é tão egoísta. Ao invés disso, deveria saber tirar o melhor de cada aluno, sem tirar a sua essência. Podar não, polir sim. Eles já vem pré moldados. Defeitos, qualidades, mas o que importa é o que eles conseguem absorver do conteúdo e traduzir isso do modo deles. 

Professor aberto é o que pode sim fazer um aluno mudar de ideia, mas também está aberto a mudar a sua forma de ver o mundo através do olhar de cada aluno que passar por sua vida. Você está aberto para ver além dos seus olhos? 

quinta-feira, 29 de março de 2018

Pensamento de gorda

Nunca fui das mais magrinhas. Aliás, acho que quando eu era "bem-bem pequena" talvez eu fui. Mas desde que me lembro fui 'cheinha' na barriga, o famoso triângulo invertido. Enfim, passei a adolescência, juventude e vida adulta até então brigando contra a balança. O efeito sanfona me adora. Sou realmente musical até nisso.

Nunca sofri um bullying específico por isso. Também nunca me senti das mais gostosas da sala ou do bairro. Mas confesso, sim, me incomoda. Principalmente quando vejo (e sinto) que as roupas que eu havia comprado na época da "vaca magra" (mas gorda no bolso) não servem mais. É triste, sim, muito triste. Porque me recuso, ardentemente, de ir lá e comprar novas roupas em tamanhos maiores. Quer pior frustração pra uma mulher? Chegar numa loja e ver que o número aumentou?

Mais triste é a depressão pré-biquíni. Nossa! Essa é pra matar! É pra deixar qualquer mulher sem comer durante duas semanas antes de ir à uma praia. As magras não sabem o que é isso. Mas o convite "Vamos pra praia?" ao mesmo tempo que alegra chega a causar um pânico por dentro ao mesmo tempo.

Enfim, dizem que a gente tem que se sentir bem consigo mesma. Que temos que ter amor próprio. Que a auto-estima vai muito além do corpo. Está na mente. Concordo! Existem mulheres mais cheinhas que se gostam e enchem a boca pra dizer que são felizes assim. E eu sinceramente acredito! O problema está quando mesmo a gente não sendo lá tão gorda, no pensamento é como se fosse. E é incontrolável. Está tão intrínseco na gente que quando se percebe já estamos naquela angústia ou arrependimento por ter comido algo além da conta.

Agora quando alguém que está ao nosso lado nos revela que nos acha gorda é o fim. Porque a gente até pode achar, mas nenhuma mulher quer que o seu par admita isso. Aliás, deveria ser uma lei vital entre todos os homens: Nunca, NUNCA mesmo, diga à sua mulher que ela está gorda. Ou pior, que você não a mais deseja por ela estar gorda. Isso é uma crueldade sim. É tortura mental. Pode virar um trauma fácil na cabeça de uma mulher que já tem a sua auto-estima não muito elevada.

Existem várias e várias formas de se falar uma mesma coisa. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas existe uma coisa chamada respeito. Respeito pelo que o outro sente. Amor. Porque o amor vai além de uma forma, vai além de uma fôrma. Se o corpo não alimenta o desejo, a alma o deveria fazer. Mas se quiser adequar o amor à uma fôrma, ele deixa de ser amor. Se é que um dia o foi.

A minha forma de amar está no caráter, no olho no olho, no sorriso, no arrepio, no sossego do abraço, e principalmente na forma como sou tratada. Isso é tudo! Tudo que o amor precisa! Tudo o que um gordo quer! Ser amado do jeito que se é. Sem ter que provar ou ser aprovado por ninguém. Pra isso já existe o espelho! Ele já é um baita teste de desaprovação. Ahhh, e minhas roupas, claro! Agora é questão de honra, elas voltarão a servir ou não me chamo Lívia.