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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Coisas pra se fazer em dia de preguiça

Eu descobri que eu tenho o dom de conseguir fazer tudo que eu estava com preguiça de fazer há tempos, só pra não fazer o que eu realmente preciso fazer pra hoje. Foi aí que comecei esta lista de coisas que eu só faço em dias que eu deveria estar fazendo outra coisa... com certeza, muito mais importante do que estas citadas abaixo do texto. Ou seja, provavelmente esta outra coisa importante vai ficar com prazo curto de entrega por ter ficado tudo pra última hora e depois eu vou me dar por conta que podia ter feito ela bem mais rápido do que imaginava, era só concentrar, organizar e pronto: fazer!

O difícil nesse vuco-vuco que anda todo mundo (mesmo a gente sabendo que se organizando daria conta do recado e muito mais) é FOCO. A palavra de ordem agora é foco. Acho que esta geração está com tantas informações ao redor que é uma virtude ter foco hoje em dia. A gente começa fazendo uma coisa, parte pra outra, deixa pela metade, deixa as duas inacabadas e começa fazendo outra bem diferente. E, às vezes, acaba fazendo nada bem feito. E já tem na ponta da língua a resposta pra quando te perguntarem se tu pode fazer algo: putz, tô cheio de coisa pra fazer, nem sei por onde começar!

Sabe aquelas idosas que ficam na sala de espera dos médicos contando vantagens de quantas doenças têm? "Porque eu tô com um problema no joelhos...", "E eu então, caí um tombo, quebrei a perna e estou com o colesterol alto", "Ah, mas o médico já me disse que eu não posso comer isso nem aquilo, que eu tenho diabete e que posso ficar até cega", "E eu já nem sei se vou poder andar mais direito". Agora joga toda essa competição pro mundo dos mais jovens. Eles não tem tanta coisa pra fazer, mas a organização realmente é uma virtude que esta geração não consegue adquirir. Sabem porquê? Porque não tem pra vender pronta. Se tivesse um enlatado congelado de ORGANIZAÇÃO e FOCO eles até comprariam. Mas não tem pronto, não dá na mão, picadinho e quentinho, prontinho pra ser usado, ah então, deixa pra amanhã. Outro dia a gente vê isso. É, acho que eu faço parte dessa geração. Por isso, segue algumas coisas que eu faço quando, ah, você sabe, quando eu não estou muito afim de fazer o que deveria estar fazendo neste exato momento. Mas deixa pra amanhã. Amanhã eu continuo! ;)


  
  • Contar as moedas que eu já juntei no cofrinho.
  • Arrumar as roupas no quarto.
  • Jogar Freecell ou Paciência no computador.
  • Atualizar 100 vezes por minuto o twitter, o orkut e o e-mail.
  • Apagar e-mails velhos.
  • Ficar lendo as mensagens dos nicks dos amigos no MSN.
  • Ver mensagens antigas no celular.
  • Escrever na agenda coisas que eu sei que iria lembrar mesmo se não estivessem escritas.
  • Vontade louca de dormir mesmo estando sem sono.
  • Assistir novela ou Faustão.

 Ah, e escrever no blog mesmo sem ter assunto.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A hora de sair de cena...

Sabe quando você está numa festa que está muito boa, o pessoal já começou a ir embora, mas você quer ficar só mais um pouquinho pra não perder nenhum minutinho? Mas se vai embora mais tarde fica com aquela sensação de "putz, eu devia de ter ido embora antes!". Estou sentindo isso com relação ao trabalho. Às vezes é melhor sair de cena na hora que a festa está boa e mesmo doendo, sabendo que talvez você perca aquele deslize da fulana, aquele babado do ciclano, é hora de sair à francesa e sair com a melhor imagem possível na sua memória (acho que por isso que eu não vou em velório, prefiro ficar com aquela imagem da pessoa viva).

Dói saber que ao sair de um emprego você seja substituível por outra pessoa mais engraçada, talvez até mais talentosa, mas é preciso cortar o cordão umbilical. É saudável. A vida é feita de vais e vens e isso a gente não consegue controlar. É difícil se conformar com a perda de alguns colegas que se tornaram amigos, pessoas que você convivia todos os dias e que tornavam os seus longos dias de trabalho mais prazerosos. Compensava o stress, o cansaço. E dava ânimo pra tu sair de casa cedinho e ir trabalhar mais um santo dia.

E quando a coisa começa a não fluir mais, que você vê que já é hora de se despedir, já está tarde, você precisa sair da festa antes que o feitiço da fada madrinha se quebre... mas a festa está boa e você não quer que o tempo passe. Não quer ver o que não está dando certo. A gente acaba vendo só as coisas boas. É como num namoro que às vezes o casal nem se gosta mais, mas continuam ali tentando ressucitar algum sentimento que ainda há e acabam só enxergando o lado bom um do outro no final, com medo da separação, que a razão sabe que seria a melhor solução.

Difícil separação, em qualquer situação. Estou me separando de diversas coisas neste mês. Algumas boas, outras nem tanto. Mas eu só consigo me lembrar das coisas boas que tive durante o período. E abrir mão de certas coisas é renunciar a certas regalias, a certos hábitos, que com o tempo vão ser substituídos também e não farão mais tanta falta quanto a gente imagina. Mas, no início, parece que a gente não consegue viver sem. Ainda bem que somos seres adaptáveis, moldáveis. E a vida assim como tira coisas da gente, também nos traz muitas coisas novas e boas.

Está parecendo como quando eu ía nas festinhas de garagem e a mãe vinha buscar no melhor momento da festa e a gente ía lá no carro, morto de vergonha dos outros colegas, e dizia: "Mãe, não dá pra tu vir me buscar mais tarde? Deixa eu ficar só mais um pouquinho?" Hoje eu faço o papel do filho (emoção) e da mãe (razão) que corta o nosso barato, mas a gente sabe que ela está fazendo o melhor pra gente. O que a razão está mandando. E é a minha consciência que diz que o melhor é ir embora, antes que a festa acabe, todo mundo vá embora e eu ainda fique pra lavar a louça e colocar os restos no lixo.