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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O "Nós"

Nossa, estou em falta com este blog né?! Sim, culpa das férias. E da preguiça, concordo! Mas hoje vim aqui registrar uma coisa que tenho observado já faz algum tempo. Quando a gente possui um trabalho que está muito ligado a uma outra pessoa é como se realmente a gente fosse um casal. No meu caso, sim, é um casal. Mas mesmo se não fosse, as pessoas quando falassem comigo iriam continuar perguntando: "E vocês, fazendo muito show? Um abração pra vcs! Sucesso pra vcs!". Não tem como desligar a imagem das 2 pessoas senão quando estão juntas. É como dizer que o Lucas Lima casou com a Sandy e Jr. Praticamente igual.

É difícil separar o "nós" do "eu" em certos casos. Eu sempre achei que as pessoas mais me conheciam do que conheciam a dupla, mas de uns tempos pra cá, estou me sentindo muito Lívia e Dilson. Tá bom, um pouco mais Lívia do que Dilson, confesso. E assim como as pessoas tem a imagem da dupla, eu também a tenho. Hoje posso dizer que tanto eu quanto ele conseguimos separar o casal do trabalho, mas foi um processo um tanto quanto demorado. E há momentos que a gente sabe que nunca vamos poder separar isso. Uma coisa está ligada a outra. E o nosso corpo e cabeça são os mesmos. Se eu brigar com ele por causa de algo da dupla, quando chegar em casa ainda estaremos brigados. Mudar o corpo de lugar não mudará em nada.

Imagino que existam tantos outros casais que passam pela mesma situação. O bom é que nós temos muita afinidade e dificilmente brigamos. Em 4 anos e meio dá para contar nos dedos quantas brigas se passaram. E no palco nunca ouve nada de brigas. E sim, é maravilhoso trabalhar com quem se ama. De verdade. Eu sempre gostei de trabalhar com pessoas que eu admiro e ele sabe, sou a maior fã do guitarrista Dilson Trindade. Porque estamos juntos lutando por algo que os dois gostam e acreditam. É como se fosse nossa religião. E o pecado seria se não valorizássemos o que sabemos fazer de melhor.

Tenho certeza de que todo músico sonha em ter alguém que o apóie e vibre com suas pequenas conquistas. Aguente os finais de semana longe, aguente as "marias-palquinho", aguente toda a parte não-glaumurosa de um artista. Ele além de trabalhar comigo tem outras 2 bandas. Então, eu também acabo vivendo o outro lado, o de ser mulher de um músico e ter que me conformar com suas ausências. E quando estas acontecem, minhas amigas adoram aproveitar as datas de "solteirices" para sairmos e colocar os papos em dia - saídas permitidas pelo noivo, é claro.

E além de dividirmos o palco, ainda damos aulas na mesma escola de música. Portanto, praticamente 24 horas juntos. Amor por si só não bastaria. Tem que se ter afinidades, já diria minha mãe. E a música que nos uniu ainda trará muitas alegrias, tenho certeza. E o amor só nos completará ainda mais.

Memórias de uma cantora, mulher de um músico, apaixonada e feliz.