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domingo, 13 de outubro de 2013

Eu sou o que a criança de mim sonhou

Acho que muito da minha espontaneidade, que muitas pessoas dizem gostar em mim, vem dessa coisa de nunca deixar a criança que há dentro de mim morrer. Não está ligada a falta de responsabilidade ou imaturidade. Apenas consigo enxergar as coisas simples da vida de uma maneira muito natural, sem aqueles bloqueios que os adultos vão adquirindo com o tempo, enrijecendo a maneira de pensar com medo do que as outras pessoas vão pensar.
Tenho certeza que aquela criança que um dia eu fui, estaria orgulhosa do que me tornei. Claro que muitos dos sonhos que eu tinha não aconteceram exatamente como eu imaginei, mas outras coisas aconteceram e foram muito melhores do que qualquer coisa que passasse pela minha cabeça naquela época.

Passei por tantos momentos que tive aquela sensação de já ter me imaginado naquela mesma situação, e isso só me faz acreditar mais e mais nessa coisa de atrair coisas boas com pensamentos positivos. Tudo flui tão bem quando a gente está de coração aberto para o mundo e para o que ele tem para oferecer para a gente naquele exato momento.

A criança que eu fui ainda está aqui de alguma forma. Quando me olho no espelho ainda me vejo ali do mesmo jeitinho, me encarando frente a frente, me questionando o que ainda não fiz, me jogando na cara tudo aquilo que fico dando desculpas de não fazer por não ter tempo ou colocando a culpa em outra coisa (assim como os adultos adoram fazer quando não querem assumir mesmo sabendo que o único sujeito que pode fazer alguma coisa por você é você mesmo).

No fundo no fundo aquela "velha criança" está ali a todo momento, mas vai se transformando, se moldando. Ainda com os mesmos sonhos, as mesmas angústias, os mesmos sentimentos só que com outros nomes, com outras caras. Aquela criança envergonhada pode ter mudado sim, mas com certeza luta todos os dias quando está numa situação onde precisa se expor. Só tomou mais coragem, mais malandragem para lidar com aquilo que antes ela não entendia. A gente aprende a se conhecer, a se dominar. Toma as rédeas da própria vida e vai, segue. 

Quando a gente é criança, quer porque quer crescer e poder fazer o que só os adultos podem fazer. Ter liberdade pra fazer o que quiser, sem pedir nada pra ninguém. E o que fazer com a independência que se conquistou? Nada se parece com aquela magia que se imaginava ser a vida adulta. Às vezes dá vontade de fugir pra infância. De ficar um pouco por lá, curtir um dia inteirinho pra brincar, pular, correr, se sujar, sem ter hora pra voltar pro trabalho, sem ter que se preocupar com mais nada a não ser viver aquele dia e deixar a juventude passar novamente só pra poder aproveitar de uma nova forma, sem pressa. Então, hoje é o dia pra ficar perto das crianças e poder resgatar um pouco dessa forma diferente de ver a vida e se contagiar com essa magia pelo menos por um dia. Vou ali fugir um pouco pra infância com minha afilhada, ganhar um colinho de mãe e amanhã eu volto pro trabalho. 

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